segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Uma lenda em Porto Alegre



Sete de novembro de 2010. Um dia para entrar na história dos gaúchos. O dia em que Sir Paul McCartney subiu ao palco do Estádio Beira Rio e disse-se gaúcho. Com a magnitude de um Lord, a simpatia de quem lida com fãs a vida toda e nunca se corrompeu às mascaras. Falando português muito melhor que alguns brasileiros, a lenda viva do rock mundial mostrou porque é quem é.

Não consegui assimilar ainda. Juro. Meu cérebro ainda não absorveu tudo que o show da noite passada representou. Um Beatle no Brasil; um Beatle em Porto Alegre. Uma lenda no Gigante, um ícone no palco. Comoção na platéia e gerações unindo-se no mesmo coro. Vi colorados e gremistas cantarem abraçados, vi homens de barba na cara chorando como crianças, casais fazendo juras de amor, multidão sendo levada a loucura uniformemente. De 15 a 70 anos, todos enlouqueceram juntos com os sucessos entoados na voz de Macca.






Já fui a um considerado número de show durante a vida, mas o de ontem superou tudo que já vivi. Toda e qualquer expectativa foi decepada no momento em que as luzes do palco ficaram azuis. O Beira Rio visto de cima, negro, apenas com os pequenos pontinhos de luz de cada um. Um arrepio percorreu todo meu corpo e por ali ficou; resultado da emoção que transbordava de qualquer pessoa que ali estivesse quando um sol se acendeu no palco. Desculpe a analogia tosca, mas é a única descrição que eu encontrei para o que vi.

Muito mais do que imaginava, muito mais do que achava que conseguiria ser. Não há palavras. É inclassificável. Não creio que vá conseguir ir a algum espetáculo que supere a magia que estava instalada ontem lá. Não há comparação. E nem quero que tal coisa aconteça. Quem esteve lá conseguiu perceber o que é a ‘Beatlemania’. O que é está paixão por um grupo, esse vício nas músicas, esse desespero. É algo que transcende gerações. Nunca senti tanta dor por não ter vivido nos anos 70/80. Por não ter a capacidade de entender ao certo o motivo que fez meu pai chorar feito criança abraçado em mim.




Enfim, Paul in POA foi o dinheiro mais bem investido que já fiz até hoje.

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