sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ode ao jornalismo


Existem muitos momentos difíceis na vida de um jornalista, e no cotidiano de alguém que está estudando para se tornar um, mais ainda. São momentos de correria, onde o tempo e a demanda exigida não combinam entre si. Estudo e prática consomem tempo, de verdade! Com isso, muitas vezes acabamos não dando tanta atenção aos pequenos acontecimentos e ao verdadeiro motivo disso tudo.

Acho injusto que a vida nos force a escolher a profissão tão cedo, porque quando escolhi ser jornalista não tinha muita consciência do que isso significava. Felizmente não me arrependi da decisão, mas só agora, em reta final de curso e com somatório considerável de experiências, consegui assimilar a responsabilidade que é noticiar e ser o profissional encarregado de conscientizar o grande público de verdades da vida.

O grande motivo que move todo o trabalho é o consumidor final. Em aula sempre ouvi isso, mas o verdadeiro significado é maior; o verdadeiro motivo de toda a correria, de todo o trabalho de apuração, de ir atrás dos fatos e histórias é para que as pessoas que estão em casa entendam o que temos a dizer. Nós, jornalistas, lidamos com vidas. Lidamos com histórias, com vivências, com seres humanos.

Recentemente ao fazer uma matéria sobre câncer de mama, me emocionei. Emocionei-me ao entrevistar os cases, me choquei com o depoimento da médica e mais uma vez, ao assistir a fita bruta, fiquei mais uma vez sensibilizada. Quando escrevi a matéria, me apeguei às falas, tive certa dificuldade de escolher o que iria ao ar ou não. Aos meus olhos, tudo parecia importante. Era meu lado emocional falando enquanto fazia meu trabalho. Algo que nunca tinha acontecido antes.

Voltei a mim e concluí a tarefa, sentindo que de alguma forma ela seria diferente. E foi. Não só pela parte técnica, mas pela forma como me senti, mais uma vez, ao assistir. Quando olhei ao redor, meus colegas também estavam emocionados, assim como outros profissionais que vieram comentar sobre o que haviam acabado de ver. Quando achei que não poderia mais gerar emoção, a internet mostrou seu papel no processo.

O link da reportagem foi passado para aquelas pessoas que compartilharam suas histórias na matéria. Através do Facebook, consegui ler o feedback delas e dos amigos. Foram compartilhamentos e comentários, todos eles parabenizando a força destas mulheres; pessoas que viveram a história que contei assistindo ao meu trabalho e se emocionando também. Isso me fez perceber, como se um clique tivesse acontecido dentro de mim, a responsabilidade que tenho nas mãos ao retratar alguém, não só para quem o conhece, mas o efeito que esta história tem na sociedade.


Câncer de Mama Precoce

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