domingo, 11 de setembro de 2011

A liberdade que nos cabe


          Na prática nunca se está pronto para nada. Pode-se passar por um longo período de preparação, análise, conscientização dos acontecimentos futuros; preparar o espírito, o corpo e a casa para o futuro almejado. Quando chegar, não se saberá como agir, para onde ir, será uma surpresa sem fim os seus componentes. Ou pode-se não se sentir pronto para algo e ele vir mesmo assim, transformando a vida e perspectivas.

        A vida tem dessas coisas, de sempre teimar em surpreender. De modificar os planos no meio do caminho, mudá-los ao completo ou apenas uma parte, aquela que dá sentido a caminhada toda. Transformar a moral da história de aventura para um drama. Mudar objetivos e fornecer outros.

           Somos livres. Nascemos assim e morreremos da mesma forma. Tem gente que passa a vida gozando disso, vivendo um pouco em cada lugar, outros passam com a meta de criar amarras para si, comprar motivos e desculpas para não querer mudar. Se justificar a cada dia por gostar do cotidiano que tem; mas a grande verdade é que todo o nosso destino está no poder de escolha. Está nas nossas pequenas liberdades.

           A liberdade de dormir tarde e passar o outro dia com sono, ou de dormir cedo para se sentir bem amanhã. A liberdade de não seguir o fluxo, de não ser igual aos outros e fazer o que quer. A liberdade de mudar de amor a cada estação, ou viver o mesmo grande amor quantas vezes quiser. Pelo direito de cometer o mesmo erro repetidas vezes, até achar necessário parar; de tentar refazer o que deixou pelo caminho, a liberdade de passar um domingo na cama, ou acordar cedo para correr;

             Pelo direito de não ler aquele livro que a crítica e seus amigos julgam excelente, mas só te causa sono; pelo direito de ouvir a mesma música brega quantas vezes quiser; pelo poder de assistir ao mesmo filme toda noite. Pelo direito de escolher o que te causa paz, o que te faz feliz.

             Tem gente que é feliz em meio as suas confusões, que não consegue ser plenamente satisfeito sem ter problemas para resolver. Quando não têm, criam com o que se preocupar. Gostam de perder o sono a noite resolvendo a fome na África, ou ficam transtornados com a corrupção.

          Pela conservação e superação dos nossos medos, pelo direito de escolha de seguir em frente ou não. Pelo imediatismo de transformar o nosso mundo sem medo , ou não.

2 comentários:

Isadora Cardozo Dias disse...

muito bom o post alemoa ^^ adorei a parte: "Pelo direito de cometer o mesmo erro repetidas vezes, até achar necessário parar"
pq sempre é bom saber quando parar :D

Brunno Lopez disse...

Eu sempre achei sexy qualquer ode à liberdade. Toda celebração realizada sobre os poderes da individualidade, das conquistas pessoais que esse 'egoísmo indispensável' pode trazer.

É certo que amarras aparecem, mas apenas para justificar uma história com base em experiências únicas e solitárias.

Ótimo ponto. Ótimo texto. Ótima semana.