sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Da série ‘Amores Antigos’: Amores fantasmas


Na foto: Rory e Dean. The Gilmore Girls.


     Todo mundo tem um amor antigo. Um caso mal resolvido que ficou pelo caminho, um sentimento que teima a morrer, uma mágoa que volta e meia comparece no nosso pensar e traz a tona tudo que lutamos tanto para deixar onde estava. A distância, o tempo, novos amores, nada. Nada parece capaz que expurgar em definitivo esses fantasmas de nossas vidas.


    Quando falo de amores do passado, me refiro a amores especiais. Não confunda assombração com fantasma. Assombrações nos assustam, nos fazem mal e atrapalham a vida. Fantasmas estão lá, sem atrapalhar objetivamente, estão no lugar de sempre; apenas na nossa imaginação. Quando menos esperamos cruzamos com esses fantasmas, tropeçamos com eles em algum devaneio, e, automaticamente, trazem a tona todo um passado que nem lembrávamos. Nos remetem a quem éramos no passado, fazem uma época leve voltar.


       Amores antigos têm esse poder. O poder de nos perturbar, de remexer as estruturas, de trazer do passado aqueles momentos maravilhosos passados juntos. Fazem aquele Eu mais descontraído, intelectual, mais leve, mais brincalhão, ou mais meigo voltar de uma treva que ninguém lembrava que existia. Despertam o nosso melhor e o pior. Afinal, eles te conhecem.


     Foram eles que te viram com espinhas, no emprego ruim, brigando com o chefe e com o corte de cabelo absurdo da época. Foi um deles que te viu acordar de manhã, de ressaca e ainda por cima te chamar de linda. Foi algum desses fantasmas que te fez chorar mais do que você se lembrava capaz quando começou a namorar outra alguns anos depois. Foi ao seu lado que as gargalhadas eram tranqüilas e naturais, a conversa inútil parecia a melhor coisa do mundo e ainda é com ele que vira e mexe seu subconsciente quer estar.


     Afinal, ele é seu amor antigo. Ele está marcado e é seu. Seja lá com quem estiver casado, ou quem seja o teu namorado atual, uma vez ex, para sempre ex.


5 comentários:

Piero Barcellos disse...

Confesso que não sei lidar com amores antigos. As experiências ruins a gente esquece logo, enterra. Amores antigos tem que ser como aquela foto antiga, que fica dentro da gaveta e você olha de vez em quando só pra lembrar como foi bom aquele momento. Até que um dia você nem se lembra mais que aquela foto existe, porque tem uma nova e bem melhor em cima da estante.

Unknown disse...

eu não quero comentar sobre o que tu escreveu, por que né.. hahaha mas quero te dizer que eu to muito orgulhosa de ti, tu ta escrevendo muito bem e to muito, mas muito feliz mesmo de ver tu indo bem e ta no teu caminho certo, no caminho do teu sonho! ta tudo dando certo e nao tenho duvidas de que alguma coisa va dar errado! tu merece todo o sucesso do mundo pela tua dedicação, vocação, talento, tudo! te amo e quero te ver brilhar muito!

Marne disse...

Ótimo! Cada dia tu tá melhor =)
E esse assunto é carregado de boas lembranças pra mim. O amor antigo vem em uma embalagem especial, que só comporta coisas boas. Os pontos negativos viram uma névoa e se dissipam com o tempo, mas as coisas boas vivem pra sempre dentro da gente.

Unknown disse...

Excelente ótica sobre amores antigos.
Eles definem o nosso modus operandi para o resto da vida e só sai desse ciclo de ação e reação quem consegue, sem pudores, olhar para dentro de si...

Brunno Lopez disse...

Primeiros amores moldam uma parte de nossa estrutura emocional.
São latentes no espaço cerebral. Se isso fica cardiovascular aí a coisa é mais séria. Mas no geral, é essa descrição agradável que você escreve nessas linhas acima.

Muito bom, não?